Momento de revolta....

Carambas, que entrada de ano!
Estou, talvez, na fase de revolta, isso que eu nunca tive depois que adoeci. Mas, gente, sinto-me contrariada em tudo o que desejo fazer. Não fiz nem a receita programada para a virada....
Se meu querido pai tiver razão mesmo em relação as suas últimas convicções filosóficas, vou sair por aí distribuindo sopapos... Deus é cultivado para manter o nosso monstro interior submerso nas profundezas do nosso id.
Dá vontade de gritar: PESSOAL, ESTES SÃO OS MEUS ÚLTIMOS INSTANTES NA TERRA!!!
Os sintomas sinalizam para uma metástase cerebral... é muita dor de cabeça e nem eu mais entendo esse comportamento atual. Ou, cansei de ser gentil, querer fazer o gosto de todo mundo, de sempre relevar tudo.... e, também, como sempre sou tão forte, as pessoas não esperam nenhum momento de fragilidade da minha parte... isso é desconfortável para elas. Somente eu escuto o barulho que faço quando vomito até o cérebro... e essa história de procurar o meu centro.... pqp... procure o seu porque o meu dançou.
Daqui a pouco parto para Sampa com as minhas filhas; amanhã tenho QT. Não vou beber água com açúcar e nem tomar uma limonada; isso que vai entrar no meu organismo quase arranca a minha pele, dá enxaqueca, causa neuropatia (choque nas extremidades dos membros superiores e inferiores), e mais a derrubada de todos os pelos do corpo, o que para algumas pode ser doloroso, mas encaro numa boa essa carequice total.
Muitas vezes, procuro encontrar qual o meu status no mundo atualmente. Se quando tudo começou, eu tinha 90% de chances de cura, hoje todos os procedimentos são paliativos... apenas se espera que meu ar acabe de vez para ir para a entubação. Mas, esse momento é importante apenas para mim. É o meu momento de epifania: a minha própria morte, como já devo ter escrito no post anterior.