BELA MORTE
Vem, bela morte, me leve assim
Despojada, sem máscaras sem nada
Vem gentil que me deixarei conduzir
Vem calma e linda como
As águas da curva do meu rio
Sabe, bela morte, imagino-a jovem
Pura, perfumada, quase uma criança
Um quadro de Renoir
Uma púbere sorridente
Com promessas oníricas
Estende-me as mãozinhas delicadas
Que eu tomo e levo ao peito
Confiante
Vou, vou sim, sublime criatura
Pouco importa aonde
No seus olhos brilhantes
Cintila a promessa de paz
Em seu semblante tranquilo
Vislumbro o porvir
Não é o fim
Bela morte, quem te pintou feia
Se a vejo sem foice, formosa
E na sua formosura
O enigma do tempo
Ad aeternum
Continuum
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