domingo, 29 de janeiro de 2012

Bela Morte

BELA MORTE




Vem, bela morte, me leve assim

Despojada, sem máscaras sem nada

Vem gentil que me deixarei conduzir

Vem calma e linda como

As águas da curva do meu rio



Sabe, bela morte, imagino-a jovem

Pura, perfumada, quase uma criança

Um quadro de Renoir

Uma púbere sorridente

Com promessas oníricas



Estende-me as mãozinhas delicadas

Que eu tomo e levo ao peito

Confiante

Vou, vou sim, sublime criatura

Pouco importa aonde



No seus olhos brilhantes

Cintila a promessa de paz

Em seu semblante tranquilo

Vislumbro o porvir

Não é o fim



Bela morte, quem te pintou feia

Se a vejo sem foice, formosa

E na sua formosura

O enigma do tempo

Ad aeternum

Continuum







Nenhum comentário:

Postar um comentário