segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A FÚRIA DE ADAMASTOR

A FÚRIA DE ADAMASTOR

 Ai... Poeta insano
 Oh, desumano fim!
Ai... Que dor me impuseste
Que penas na Tua funesta pena

 Ai... Deuses! Deuses!
 Oh, mitos
 Que ritos esses
Nesses tormentos
 Me prendem?

 Ai.. Doem-me as entranhas
Penetradas
 Carcomidas
Pelas gotas do AMOR
AMOR
entrando
Destruindo
Devastando
 Amor do qual
Não morro

 Ai... não morro
 Condenado eterno
Apelo em vão
 No exílio perpétuo
Deste papel insano

 Ai... Poeta insano
 Oh, desumano fim
 Ai... Que dor Me impuseste
 Que penas
 Na tua funesta pena!

 Ai... Espumas carrascas
 Rasgando-me
 Roendo-me
 Esburacando-me

 Ai... Infeliz azul
Febril visão
 Ferindo ferindo ferindo
 Rindo rindo rindo

 Ai... Que os céus me engulam
 Que os mares se incendeiem
 Que os livros se queimem
Que os poetas morram

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