domingo, 1 de janeiro de 2012

TRIBUTO A ZUMBI

TRIBUTO A ZUMBI

Nos dias de hoje, “inclusão social” é uma expressão largamente utilizada em todos o segmentos da sociedade, bem como o tema vem representando uma porcentagem significativa dos projetos desenvolvidos nas várias áreas do conhecimento. Incluir é a palavra de ordem da atualidade, a tônica da pós-modernidade com pretensões a se tornar a solução para os males causados pela heterogeneidade.

Deficientes físicos, mulheres, homossexuais, enfim, pessoas que se enquadram nos chamados grupos vulneráveis são favorecidas legalmente como conseqüência de novos olhares, principalmente, governamentais, sobre os excluídos. Grupos que até então ficavam à margem da sociedade, discriminados e sem amparo legal para planejar uma existência decente, aos poucos estão vivenciando direitos que lhes cabem enquanto cidadãos.

É neste contexto que as vozes que representam a exclusão se levantam e se fazem ouvir das mais diversas maneiras, em forma de texto ou não, em várias linguagens artísticas, e, expressivamente, na linguagem literária. Escritores e poetas contam e cantam em prosa e verso as mazelas do povo sofrido do Oiapoque ao Chuí.

Porém, incluir não apenas significa desenvolver projetos; incluir significa ir muito além, já que sinaliza para um investimento de valores positivos ao que já foi engessado pela cultura como negativo; portanto, rompe barreiras, quebra paradigmas, transcende e, principalmente, humaniza.

A data de 20 de novembro, feriado em alguns estados, é comemorada no Brasil como um dia de reflexão sobre os caminhos percorridos pelos afro-descendentes brasileiros, um dia de comemoração pelas vitórias conquistadas pelas ações afirmativas.

Infelizmente, para a maioria dos nossos jovens, a história se perdeu. Muitos desconhecem a trajetória do negro no Brasil, dos porões dos navios negreiros às periferias das grandes cidades. E é justamente neste hiato que está o cerne das divisões étnicas e sociais do presente. A violência, a miséria e a fome são conseqüências de fatos históricos que se apagaram na memória do povo, e um povo sem memória e sem identidade carece de auto-estima e forças suficientes para estabelecer ideais a atingir.

A lei 10369/03 prioriza o ensino da história do negro no Brasil na Educação básica, nas disciplinas Literatura, Educação Física, História e Artes. Dessa forma, aos poucos a sociedade vai resgatando o vazio deixado e trocando os valores negativos que vêm sendo investidos na imagem do negro, e cristalizados pela ideologia, por valores positivos.

Precisamos encampar essa luta! Somos nós os atores que vivenciamos a pluralidade e suas nefastas conseqüências e somos nós, educadores, que possuímos instrumentos para reverter paradigmas que só trazem divisão.

A Coordenação do Curso de Letras da Faculdade São Luís de França realiza na próxima semana o evento “Tributo a Zumbi” como atividade comemorativa e reflexiva referente ao vinte de novembro, Dia da Consciência Negra, com o objetivo de tornar esta data em lampejos de conscientização e reflexão; oportunizar à comunidade acadêmica momentos de identificação por meio da arte popular; motivar a “humanização”; valorizar a imagem que cultiva os signos da negritude, como por exemplo, os cabelos crespos; exercitar a cidadania e alinhar as ações da FSLF às diretrizes preconizadas pelo MEC.

Fabília Aparecida Rocha de Carvalho

Coordenadora do Curso de Letras

PROGRAMAÇÃO

Dia 18/11

19:00 – Abertura com participação de grupos de dança afro

19:30 – Palestras:

  1. “A saúde da população negra”, com a Professora Maria do Céu.
  2. “O negro nos meios de comunicação”, com a professora e radialista Nilza Francisca do Nascimento
  3. “A lei 10.369/03”, com a professora Maria Conceição Santos Góes Mascarenhas, coordenadora do NEDIC – Núcleo de Educação e Inclusão Social

21:00 – DEBATE

Dia 19/11

19:00 – Exibição de filmes, seguida de debate:

1. “Quilombo”, de Cacá Diegues

2. “Vista a minha pele”, de Joel Zito Araújo

21:30 – DEBATE

Dia 20/11

19:00 – Palestra sobre “Cultura negra”

20:00 – Apresentação de grupos de dança afro; de capoeira; barracas com comidas típicas; exposição de peças de arte e livros.

Organização

Coordenação do Curso de Letras da Faculdade São Luís de França

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