O PRIMEIRO BEIJO
O primeiro beijo é como a flor
Respingada do orvalho da manhã
É a dança do colibri ao calor
Celebrando a natureza, nobre artesã
O primeiro beijo faz desfalecer
A púbere sonhadora apaixonada
Trêmula, outros lábios receber
Língua doce úmida morna e cálida
O tempo inexorável e pérfido
Até sutis sensações
transforma
Pois do primeiro beijo emocionado
Do que era quimera, nada resta
É somente um sôfrego rápido encontro
De bocas e línguas, tresloucada festa
Reflexões sobre o primeiro beijo
Meu poema soa “démodé”. Estamos
em outra era em que as pessoas saem beijando nas baladas, sem compromissos, sem
desdobramentos eróticos, e até disputam quantas bocas beijaram, sem saber nem o
nome das pessoas.
Que pena que seja assim! Estamos
perdendo as sensações mais sutis que um ser humano pode sentir. Coração aos
saltos, suave tremor, perna bamba, cabeça na lua...
É a banalização do beijo, não há
mais sentido em “primeiro beijo”. Antigamente, significava que as pessoas
estavam em vias de “amar”.
Beijo de amor? Acredito sim que
existam muitas pessoas venturosas que amam e desejam o “outro”, vicenciando uma
história de amor que pode resultar em uma união estável. Então, sim, pode
acontecer aquele beijo impactante de tremer as bases.
Os filmes ilustram os grandes beijos
de amor como o de “O vento levou”; Romeu
e Julieta, de Copolla etc., porém o que mais vemos são beijos mirabolantes,
parte do jogo que termina no leito. Nada contra, mas pode ser que os nossos
jovens não tenham outra referência , ou que, nem imaginem a essência de um
primeiro beijo.
Que pena!
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