Carregam as suas dores
sozinhos
Nem as paredes querem
ouvir
Queixumes desesperados lamentos
No tempo das vacas gordas formosas
Casa cheia de gente cheirosa rindo
Comendo beijando bebendo dançando
Vacas magras chegaram
vagarosas
Envergonhadas de cabeça baixa
Os badalos velhos e enferrujados
Ossos saltando sob a pele flácida
Escaras abertas no couro seco
Enfermidade explícita no olhar
A turba eufórica foge medrosa
Das vacas magras indesejáveis
Vai em busca de efêmeros sonhos
A turba eufórica foge impiedosa
Sente o cheiro do torpe infortúnio
Vai em busca de fugidia insensatez
Enquanto os desassombrados
Observam a agitação
humana
Enveredando-se na
contra-mão
Epicuro reina soberano e
destemido
Dioniso e Pan gargalham
maliciosos
A turba alienada suga as vacas
gordas
Ontem vacas gordas, hoje magras
Lamentam suas inesperadas
desditas
Ainda que para apáticas paredes
surdas
Preta Fá
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